domingo, 20 de abril de 2014

PORQUE PENSAR DÁ PREGUIÇA...


As pessoas podem até não gostar de Marco Prisco, mas culpa-lo por uma situação em que está mais evidente a incompetência do governo do que o interesse politico da oposição é burrice.
Deixar ocorrer uma greve num serviço essencial como Segurança Pública pode ser um erro, mas DUAS VEZES é burrice ou completa falta de tato para o diálogo.
A tropa da PM hoje ( ao contrário do que dizem alguns), por exigência do governo, da sociedade e dos próprios PMs, tem no mínimo 60% de pessoas com nível superior completo ou incompleto. É de se esperar que estes profissionais sejam mais politizados e desejem um salário mais digno de sua formação.
A Prisão preventiva de Marco Prisco foi decretada antes da greve ( Na segunda-feira, dia 14/04), e poderia ser cumprida em qualquer momento, pois Prisco estava em local certo e público o tempo todo, inclusive participando de reuniões em órgãos públicos.
Lendo o pedido de prisão e sua decretação, alega-se como motivo
"garantir a ordem pública".
Interessante é que ela se baseia em um processo referente a greve de 2012, que SÓ AGORA, ás vésperas de uma nova greve, foi movimentado. e por um juiz da 17ª Vara da Justiça Federal, que fica no Rio de Janeiro ( ????) mesmo a Bahia tendo uma seção do Tribunal Regional Federal localizado no bairro da Sussuarana.
A ordem de prisão foi cumprida APÓS o final da greve, quando TUDO voltava a sua normalidade.
Ora, uma prisão decretada para "garantir a ordem pública" tem seus motivos cessados, assim que a ordem pública se restabelece, ou não?
Vale ressaltar que os policias federais, após receberem a ordem, não podem por conta própria, decidirem não cumpri-la, mas duvido muito que a PF atrasasse uma ordem de prisão recebida por medo de que isso gerasse uma revolta e uma reação dos policias, e que estes tentassem impedir seu cumprimento, nem as lideranças dariam ordem para tal.
Determinar que esta prisão ( preventiva de 90 dias) só fosse cumprida em presídio federal de segurança máxima, quando se poderia cumpri-la em presidio dentro do próprio estado , foi uma forma de tentar isolar a liderança para uma possível decretação de uma nova greve.
(Lembrem-se que nossa justiça negou DOIS pedidos do MP para envoi de Marcola, conhecido chefe do tráfico em São Paulo, para o RDD ( Regime Disciplinar Diferenciado), no entanto manda isolar um líder trabalhista.)
Um erro, pois esqueceu que policias hoje pensam por si mesmos e que elegem uma liderança, por saber que esta é necessária para que se tenha negociações. Portanto não se precisa de Prisco para se iniciar uma greve, mas ele desponta como líder por ser hoje, o personagem que representa os anseios políticos da classe, e seu principal representante politico eleito.
Se a PF não cumpriu a ordem de prisão antes, só se pode pensar que houve interferência politica, pois a prisão de Marco Prisco, durante a greve poderia destruir todo o processo de negociação. E SE o governo interferiu para atrasar a prisão, poderia muito bem, ter interferido para sua decretação. ( REMEMBER MENSALÃO).
A greve já havia sido deflagrada e suspensa, então qual seria o ganho do governo em prender Prisco?
Atrapalhar sua candidatura a deputado estadual, o que mais?
O problema é que o governo- outra vez- deu um tiro no próprio pé, e conseguiu com a prisão exaltar ânimos que se acalmavam, colocando a população mais uma vez em pânico, e prolongando os casos de violência e saques. Com perdas eleitorais maiores para o governo e uma projeção nacional ( a prisão foi divulgada em todas as redes nacionais de telejornais)
O governo não sabia? Será?
A manutenção de tropas federais , no estado, mesmo com o retorno dos policiais ao serviço faz imaginar o contrário.
O governo sabia da prisão, interferiu em sua efetivação até que as negociações fossem concluídas, e deu outro tiro no pé ao arriscar uma nova paralisação um dia após o encerramento da greve.
Passou da hora de se repensar as Policias do Brasil, e de se garantir direitos efetivos para estes trabalhadores que garantem a Democracia e a Segurança do Cidadão.
Márcio Menezes Sgt PM

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