segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Fanatismo – a manifestação de força dos fracos

O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos“.
(Friedrich Nietzche)
O fanatismo – principalmente religioso e político – só levou a humanidade ao atraso, ao obscurantismo, à segregação e a estupidezes. Fanatismo é uma fortaleza perene no Rio Grande do Norte e demais recantos desse vasto mundo terreno e da alma humana.
Num passeio pela história do homem até nosso tempo, é fácil identificar como o fanatismo freia a evolução da espécie: da ciência à organização social. 
O fanático é um autista. Para ele, há um mundo próprio, com valores ortodoxos.
Seus dogmas, lógico, estão certos e são indiscutíveis. Sempre.
Nessa cegueira, o fanático estabelece o maniqueísmo como bússola, julgando tudo e a todos sob a bifurcação do bem e do mal. O bem, o seu lado. É o que ele defende, muitas vezes sem saber exatamente o que advoga como verdade.
O que seria de nós sem o Iluminismo, a democracia e o ponto de interrogação, em contraponto às trevas, o cesarismo e às maria-vai-com-as-outras?
Reflitamos quanto ao que nos aprisiona.
Na cela insalubre do fanatismo, ninguém pode se sentir ou se imaginar livre. É súdito da limitação.
Vejo duas modalidades de fanáticos: o que se tornou besta-fera por restrição cognitiva e o outro, que age assim para tirar proveito próprio, como um “fanático esclarecido”.
Nos dois casos, uma só vítima: o homem.
De ambos, a mesma conduta deletéria: um, tangido pela ignorância primária; outro, pela esperteza torpe.
Não… não insista. Não adianta discutir com ele.
O fanático é antes de tudo um idiota, o senhor da razão – pensa.
Mantenha-o ocupado; seja indiferente…
Intolerante, o fanático não debate, agride.
O fanático não conversa, ruge.
O fanático não se contrapõe a argumentos, ataca o argumentador.
Quem é o fanático?
É aquele indivíduo que ironizou Cristo na cruz, o SS nazista que cumpriu ordens do III Reich para queimar judeus ou aquele borra-botas que só vê virtudes em seu líder político.
Todos, cada um em seu contexto histórico e circunstância, age como fanático, incapaz de se portar com prudência e racionalidade.
Somos as suas vítimas até hoje.
Esse homem-bomba, como todo homem-bomba, é o primeiro a morrer em seus delírios.
Deixe-o ir só às profundezas de sua pobreza e insanidade.
Sejamos indiferentes…

NOSSA SÍNDROME DE CANUDOS OU PREDILEÇÃO POR LÍDERES MESSIÂNICOS


Antes de explicar o que é "síndrome de Canudos" vou explicar o que foi a Guerra Canudos em três visões diferentes.
Ao ler Os Sertões de Euclides da Cunha, existem três formas de se tirar uma lição histórica sobre o fato, e o que ela relegou de herança no modo brasileiro de ver politica.

Antes de mais nada vale ressaltar que Euclides da Cunha ( como muitos escritores do passado) eram homens formados sobre a ótica da ciência de sua época e das ideias que ali existiam) Euclides apesar de Republicano e abolicionista não fugia a certas ideias que pululavam os Grande Salões da Intelectualidade da época. como a ideia baseada no pensamento Arthur de Gobineau onde miscigenação seria motivo de inferioridade de um povo.

No entanto não seria por isso que devemos condenar a Obra de Euclides ou a de Monteiro Lobato. A contribuição deste para a literatura e para a formação de nossa identidade nacional são imprescindíveis.

Mas vamos Aos Sertões.

Se sua tendencia politica for de direita, é provável que você enxergue canudos como a tentativa de Golpe de uma bando de marginais ( e faria até uma comparação com o MST) em tomar o poder e destruir a propriedade privada.

Se sua tendencia for de esquerda, é provável que você enxergue Canudos como uma tentativa do proletariado em assumir o poder e a amostra da força da união dos pobres contra a Máquina do Repressora do Estado, que assassinou covardemente mulheres e crianças em nome do latifúndio e da exploração do homem.

Se você for de "Centro" o mais provável é que você enxergue Canudos como uma mistura das duas coisas.Historicamente.

Olhando A "Guerra" de Canudos, o que vemos é o que nos deu como herança a "Síndrome do Messias". tínhamos um povo analfabeto, sem direitos políticos liderados por um louco: Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE), de tradicional família, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões.
Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que a República, recém-implantada no país, era a materialização do reino do Anti-Cristo na Terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil e a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo".

Por ai, dá para imaginar que tipo de gente se reunia em volta de Conselheiro, mas, não eram apenas os pobres e miseráveis que se reuniam em Canudos, haviam os bandidos, os jagunços, os procurados pela policia...estes formaram a linha de frente da "segurança do santo" e mantiveram o povo afastado do seu líder. Conselheiro só via o mundo etéreo de sua fantasias apocalípticas, e só aparecia ao povo para pregar.

O grande erro dos Governos : Estadual e Federal, foi tratar Canudos como "inimigos do Estado", fato este dado a muita importância que o Governo da Bahia (Luís Viana era o Governador) deu a um amontoado de esquálidos sertanejos que estavam formando apenas uma comunidade que provavelmente, hoje, consideraríamos "alternativa".

Sucessão de erros que levaram a guerra e ao massacre.
Outubro de 1896 – Ocorre o episódio que desencadeia a Guerra de Canudos.

Por causa de uma remessa de madeira, vinda de Juazeiro, para a construção da igreja nova, que não foi entregue, apesar de ter sido paga.
Surgem então rumores de que os conselheiristas viriam buscar a madeira à força, o que leva as autoridades de Juazeiro a enviar um pedido de assistência ao governo estadual baiano, que manda um destacamento policial de cem praças, sob comando do Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Após vários dias de espera em Juazeiro, vendo que o rumor era falso, o destacamento policial decide Insuflado pelos Coronéis locais partir em direção à Canudos.
Mas, a tropa é surpreendida durante a madrugada em Uauá pelos seguidores de Antônio Conselheiro, que estavam sob o comando de Pajeú e João Abade. Vinham como quem vinha para reza, ou para a guerra. Foram recebidos a bala pelos sentinelas semi-adormecidos e surpresos. Era a guerra.

A crueza do combate foi inegável, sendo que o uso de armas como "facões de folha-larga, chuços de vaqueiro, ferrões ou guiadas de três metros de comprimentos, foices, varapaus e forquilhas, sob o comando de Quinquim Coiam" utilizados em lutas de corpo a corpo produziam cenas dantescas. Foram entre 4 e 5 horas de pânico, sangue, horror e gestos de bravura e pânico.

E assim a lenda foi criada! E o que podia ser apenas mais uma cidade de pobres criada à margem da sociedade, transformou-se em mais uma vergonha nacional, com o uso do poderio do Exército para rechaçar famélicos sertanejos em sua maioria mulheres e crianças.

A "síndrome de Canudos" é o pensamento nacional que nos leva a crer que um Messias surgirá para resolver nossos problemas políticos e sociais. Que estes problemas não serão resolvidos pela democracia e pela república, mas por algum "Herói" com poderes sobre-naturais, esta sindrome se caracteriza pelo constante discurso de que "nenhum politico presta", "as instituições estão podres", "apenas UM HOMEM( ou mulher) FORTE poderá acabar com a corrupção".
Este Herói pode ser um MILITAR ou MILITARES ( na cabeça dos que pedem a volta dos militares ao poder) ou um CIVIL , que está acima do bem e do mal, uma pessoa com visão messiânica e que apesar de fazer parte da politica a anos se apresenta como algo "novo", diferente de "todos" , pois o que é "santo" não tem defeitos.
Nosso "Conselheiro" está acima do bem e do mal, e com a "ajuda de Deus" derrotará o anti-cristo que domina a politica atual. Nosso "Conselheiro" não permitirá a degradação da família e unirá outra vez Igreja e Governo, pois : “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.

E assim seguimos qualquer "Conselheiro" fabricado pelo Marketing Politico,pois é mais fácil entregar nossos destinos a um "santo líder" do que sermos responsáveis por ele.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

TRAGÉDIA, MORTE, BEATIFICAÇÃO DO FALECIDO E EXPLORAÇÃO ELEITOREIRA


Eduardo Campos morreu, não estou de LUTO. Lamento a morte dele como lamentaria a de qualquer um que consideraria como ser humano, ocorrida em uma tragédia tão marcante.
Mas, foi SÓ Eduardo campos que morreu?
Cinco passageiros e dois pilotos estavam na aeronave no momento da queda em Santos. Ou seja além de Eduardo Campos haviam mais SEIS pessoas, existem seis famílias que choram seus entes queridos que se foram.
O piloto, que segundo depoimentos de testemunhas oculares desvioua queda da aeronave para um local onde evitou mais mortes, não foi comemorado como herói ( muito pelo contrário existem as ideias de culpa-lo antes mesmo da saída de qualquer resultado de pericia)
Eis o nome dos mortos que só estão sendo pranteados por suas famílias:
Alexandre da Silva, fotografo;
Carlos Augusto Leal Filho (Percol), Assessor do Eduardo
Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pilotos;
Pedro Valadares Neto e Marcelo Lira
Meus pêsames a suas famílias!
Existe um ditado que diz que: "Todo mundo depois de morto vira santo"
As pessoas tema tendencia "beatificar" o morto, ainda mais quando ele é famoso. Confunde-se o ser humano com o ídolo, a pessoa pública com a pessoa particular.
Morre um artista famoso e TODO mundo vira automaticamente fã dele,mesmo sem conhecer uma obra do falecido e o mais incompreensível, muitas vezes o cara estava passando dificuldade, fora da mídia e sem ser chamado para fazer show ou quando era o público era mínimo.
Surgem também os do contra, os que catam algo que o famoso fez ou deixou de fazer ou que disse que ofendeu alguém ou algo.( mesmo que tenha sido uma piada).
Mas, voltemos a tragédia da morte de Eduardo Campos e os demais passageiros do avião.
Uma, tragédia que trouxe além dos oportunistas de sempre, um crápula que minutos depois do acidente deu entrevista dizendo ter reconhecido o corpo de Campos e que "abriu os olhos do morto e reconheceu porque são azuis"
Este, protótipo de animal, em busca de 15 minutos de fama, é bombeiro civil ( daqueles que trabalham em shoppings) e é bem provável que tenha aprendido que não se invade um local de acidente aéreo, a menos que tenha sobreviventes, pior ainda tocar nos corpos ( que no caso foram pedaços de corpos) este ser abjeto, mentiu, ele não entrou no local do acidente, mas precisava "aparecer" e para isso a historia tinha que ser "fantástica".
Para piorar descobre-se que este ser ridículo, foi demitido, por tentar fraudar o plano de saúde da empresa, se declarando gay para colocar um amigo ( provavelmente em troca de beneficio financeiros) no plano de saúde - ele deve ter assistido "Eu Vos Declaro Marido e Larry" e teve e "genial ideia".
Agora vamos aos outros oportunistas:
Antes mesmo de velarem o corpo de Eduardo campos, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, não descartou a possibilidade de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, ser a candidata a vice-presidente na chapa que será encabeçada por Marina Silva.
Quer oportunismo maior?
pelo que sei Renata NUNCA foi filiada ou se envolveu na politica, estando sempre no papel de Primeira -dama , esposa e mãe. Jogar este tipo de ideia no ar é querer ganhar votos com a tragédia.
Os Anti- PT ( eu sou um , mas sou moderado), saíram com as teorias conspiratórias de que Dilma seria a única a ganhar com a tragédia e que teria criado uma lei que tornaria acidentes aéreos sigilosos, pelo que li sobre o assunto a Lei foi sancionada em maio e é uma solicitação da Aeronáutica desde 2007 , após os acidentes com os aviõesda Gol e da TAM e pelas noticias que tenho acompanhado a Policia Civil está acompanhando as investigações.
Os fanáticos da Direita ( tão imbecis quanto os de Esquerda ) dirão que estou sendo enganado pela "Imprensa Vermelha" , mas acontece que mesmo publicações de Direita confirmam a informação.
Obvio que uma declaração de que a caixa -preta do avião foi danificada, impedindo a recuperação de dados do acidente torna a coisa meio suspeita. Afinal caixa-pretas são compostas de uma liga ultra-resistente de titânio e aço. Além disso, uma espécie de esponja protege os componentes do calor. Uma caixa-preta pesa cerca de 4,5 quilos e suporta um impacto de mais de 3 mil vezes esse peso. Resiste por uma hora a uma temperatura de 1 100 ºC e por 10 horas a 260 ºC.
Mas, seria Dilma a maior beneficiária da morte de Eduardo?
Não estou criando "teorias conspiratórias" , mas os fatos mostram que a maior beneficiária da tragédia seria Marina, pois apesar da aliança todos conhecem as diferenças ideológicas entre A Rede e o PSB, e que a aliança foi de conveniência, por Marina não conseguir registrar seu partido ( A REDE), como vice, Marina não teria poder para colocar em prática sua politicas e teria que aceitar politicas e alianças das quais não tem simpatia alguma.
Mas, Marina teria poder para conseguir criar um esquema e "sabotar" a caixa-preta? Acho que não. É muita paranoia, mas a internet é terreno fértil para todo tipo de teoria e algumas pessoas tem a mente fraca e se deixam levar por explicações mirabolantes para explicar fatos que desconhecem.
Aécio, teria interesse na morte de Eduardo? Improvável, pois era quase certo uma aliança Aécio / Eduardo no segundo turno, o que não é com Marina, que duvido fará uma aliança com o PT, mas se sairá com o velho chavão : " eu libero meus eleitores para votarem com consciência" , e sabemos que os eleitores de Marina ( pelo menos os mais radicais, votariam no PT, mas não votariam "na direita") e os menos radicais provavelmente, anulariam, se absteriam ou votariam em branco.
Então o provável é que num possível segundo turno Dilma X Aécio , o segundo herdaria parte dos votos do Eduardo Campos.
Voltando aos oportunistas, tivemos o crápula-mor do país, que antes , quando Eduardo campos decidiu deixar sua base aliada o comparou a Collor,( mesmo sendo hoje aliado e "amigo" de Collor) e após a tragédia declarou: "Ao longo de toda sua vida, Eduardo lutou para tornar o Brasil um país mais justo e digno. O carinho, o respeito e a admiração mútua sempre estiveram presentes em nossa convivência. Nesse momento de dor, eu e Marisa nos solidarizamos com sua mãe, Ana Arraes, sua esposa, Renata, seus filhos e toda a sua família, amigos e companheiros. Também prestamos solidariedade às famílias dos integrantes da sua equipe e dos tripulantes que falecerem nesse terrível acidente” - Lula, ex-presidente da República"
Poderia ser mais cínico?
Poderia, e foi, ao enxugar uma lagrima inexistente
Depois, temos o oportunismo do PT, que em seus sites publicou diversas matérias denegrindo Eduardo e AGORA publica textos de "louvores"
Em seguida vem Dilma, buscar seu quinhão politico, se dizendo "tristíssima " e que "Perdemos um grande politico"
Eu não votaria em Eduardo Campos, não simpatizo com o PSB e suas ideias, acreditava que num possível Governo de Eduardo haveria em seus quadros diversos Petista, o que não mudaria muito o cenário politico. e mesmo com tendencia a votar para a vaga do Senado,numa candidata do PSB,mesmo não apoiando sua escolha de apoio para o Governo do estado, comecei a questionar esta escolha por ver que a candidata que eu escolhi ( por sua historia de luta) está começando discursar como uma socialista, chegando ao ponto de atacar um morto que a auxiliou em sua carreira, simplesmente porque a esquerda baiana não consegue se livra do fantasma da competência politica deste morto ( que era um crápula, nunca votei nele, mas tenho que reconhecer que como politico fez muito bem ao estado da Bahia).
Mas, nem por isso vou denegrir agora a imagem do morto, ou canoniza-lo como santo...
@mnzs

quinta-feira, 31 de julho de 2014

DIPLOMACIA COM DEFICIÊNCIA VERTICAL, IDEOLOGIAS E NOSSA DISLEXIA MORAL











Todos já devem estar cansados de ler, ouvir e falar sobre o "imbróglio" diplomático devido a intromissão da Presidente Dilma no conflito Israel x Hamas . Pois,não é contra o povo palestino que Israel luta, mas contra um grupo terrorista que se esconde e utiliza o povo da Faixa de Gaza como escudo , algo que nos soa natural quando comparamos com nossas favelas.E é ai que a ideologia infecta a visão dos que olham de cá do outro lado do Atlântico, pois os que se identificam ideologicamente com os traficantes das favelas, os que só enxergam os erros das forças do Estado, e fechamos olhos para os crimes dos "tribunais do tráfico" e para o controle e terror que estes levam para comunidades carentes, estes defendem o Hamas.
Tem ainda no ingrediente ideológico, o fato do Estados Unidos ( o Grande Satã ou Demônio Imperialista) apoiar Israel. Só isso já faz com que qualquer esquerdopata tenha sonhos eróticos em ver Israel destruída, ou destilar ódio aos judeus como fez um militante Petista em rede social.
O interessante é que os que gritam contra Israel e seu grande aliado, são os mesmos que criticam os Estados Islâmicos de orientação radical, que usam o corão para manter mulheres e crianças do sexo feminino na submissão, analfabetismo e com praticas medievais de "castração" feminina. Que casam garotas de 6 anos de idade com homens de 40, que obrigam o uso da burca e outras coisinhas,que estes "idealistas" esquecem na hora de apoiar o Hamas.
Afinal, o Hamas defende a criação deste tipo de Estado.
Assim como fecham os olhos para as violações dos Direitos Humanos na Venezuela ( que fica bem mais perto do Brasil), assim como xingaram, aterrorizaram e tentaram impedir que uma dissidente cubana desse uma palestra no Brasil ( ato que no país dela,seria punido com prisão,mas que eles desfrutam da liberdade de faze-lo).
É "humanitário", bonitinho, e faz bem a consciência dos ativistas do Windows compartilhar fotos de crianças palestinas feridas pelos bombardeios israelenses.
Mas, Ninguém viu a entrevista da brasileira, que disse que apesar do medo, ficou segura ao ver que no Aeroporto de Tel Aviv existia um sistema que destruía os misseis antes destes alcançarem o espaço aéreo israelense.
Pois, enquanto Israel investe em defesa de seus cidadãos, o hamas usa fotos de crianças feridas para fazer propaganda de guerra.
E os imbecis seguem o efeito manada!
"São discursos ideológicos, que, na verdade, repetem o mecanismo do senso comum. Ideológicos porque partem de um corpus de representações pré-fixadas sobre o mundo, no interior do qual raciocínios pequeno-gnosiológicos são apresentados como universalizantes. Mesmo que o receptor da mensagem saiba que não tem razão ou que, quem sabe, o emissor possa ter razão, ele não reflete, não racionaliza a temática, preferindo construir blindagens contra novos horizontes de sentido. Trata-se da SCG (Síndrome do Casulo Gnosiológico) a partir do qual, mesmo sabendo que 2+2 são 4, preferem sustentar, como em um debate político vulgar, que 2+2 são 5 ou 8. E contra isso nada pode ser feito. Por vezes, trata-se de uma razão cínica, como diria Sloterdijk (invertendo a frase de Marx, que dizia “eles não NÃO sabem o que fazem, mas fazem mesmo assim, ele diz: eles SABEM o que fazem e assim mesmo continuam fazendo); já, em outras, é alienação mesmo. Aí não tem saída, porque uma pessoa alienada, ALI-É-NADA. And I rest my case."
(Lênio Luis Strek, professor e jurista)
Por isso, concordo com o diplomata israelense, somos SIM ANÕES diplomáticos, ou se preferirem os politicamente corretos sofremos de deficiência vertical diplomática, aliada a uma dislexia moral.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

DICOTOMIA TUPINIQUIM E O USO DE CONCEITOS JURÁSSICOS PARA CRIAR UMA FALSA IDEOLOGIA



A
concepção de Direita e Esquerda no Brasil  elástica e basta estudar um POUCO de HISTÓRIA, com visão critica, e se verá que no Brasil, sequer existe o que podemos chamar de DIREITA ou ESQUERDA, na verdade AQUI isso não passa de uma dicotomia pejorativa, para se acusar o outro.




Portanto, não dá para chamar PSDB de DIREITA - no sentido Estruturalista- nem a ESQUERDA brasileira poderia ser assim chamada.


Os partidos brasileiros criaram um definição tupiniquim de direita e esquerda, que só existe na cabeça dos militontos que apoiam tais partidos, coincidentemente muito mais os de esquerda, que sonham com uma REVOLUÇÃO, enquanto seus lideres agem e vivem como "burgueses" CAPITALISTA.


No Brasil - no máximo, com muito boa vontade - poderíamos afirmar que existem partidos de CENTRO e CENTRO-ESQUERDA, e talvez poderemos chamar de esquerda o PSTU e o PSOL, que ainda vivem num torpor a espera do "paraíso bolchevique na terra", quando o GRANDE LÍDER os ARREBATARÁ para a GRANDE REVOLUÇÃO.

Basta observar que o auto-denominado Partido dos Trabalhadores está a 12 anos no poder e não criou nem aprovou UM lei que beneficie a classe trabalhadora, enquanto promoveu ajuda ao setor bancário e automobilístico, ao mesmo tempo que promoveu o endividamento da população. 


Portanto meu jovem, abandone sua concepções tacanhas e procure observar o panorama politico de forma critica.



O fascismo no Brasil


Nossa legislação trabalhista tem origens nas entranhas do FASCISMO, e o FASCISMO era um regime de esquerda, pois cresceu e se apoiou no fortalecimento de sindicatos.

"Fascismo é um regime autoritário criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma "aliança" ou "federação"."
"O fascismo é diferenciado das ditaduras militares porque o seu poder está fundamentado em organizações de massas e tem uma autoridade única. Os seus membros são na sua grande maioria provenientes da classe operária e da pequena burguesia rural e urbana, ou seja, dos ameaçados pelos fortes intervenientes do grande capital e do sindicalismo comunista."

Assim, o Novo decreto de Dilma É mais Fascista do que qualquer lei assinada por Getúlio. No entanto sabemos que Getúlio foi um ditador, e por INCRÍVEL coincidência Lula se identifica tanto com ele, não é mesmo? 
Getúlio, através do General Eurico Gaspar Dutra flertou até mesmo com o Nazismo, se você não sabia , fique sabendo, não aderindo por pressões( ameaças) dos Estados Unidos e como os EUA estavam mais perto e com mais condições de atacar o Brasil , do que os Nazista em protege-lo, Getúlio optou por apoiar os Aliados.

Pesquise a Constituição de 1934 e procure o artigo 138, onde está escrito que ‘Incumbe à União, aos Estados e aos Municípios, nos termos da leis respectivas: b) estimular a educação eugênica’

Quanto ao nazismo basta saber o seguinte: O Partido do Trabalhador Alemão na Baviera, ao qual Hitler se associaria em setembro seguinte, tornando-se seu principal orador. Em 1920 o grupo adotou o nome Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e definiu seu programa político, caracterizado pelo anti-semitismo, extremo nacionalismo e críticas ao capitalismo internacional.

O PSDB se define com PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA, portanto é SOCIALISTA, e basta ver o programa de partido e as realizações do governo FHC para entender que esta dicotomia, no Brasil só serve para debates improdutivos.

No governo FHC, apesar da politicas "neo liberais" implantadas, existiram politicas assistencialistas ( o Bolsa-família não passa de uma ampliação e junção de programas assistências do governo FHC), por isso defino o PSDB como CENTRO-ESQUERDA.

Pesquise a Constituição de 1934 e procure o artigo 138, onde está escrito que ‘Incumbe à União, aos Estados e aos Municípios, nos termos da leis respectivas: b) estimular a educação eugênica’


Quanto ao nazismo basta saber o seguinte: O Partido do Trabalhador Alemão na Baviera, ao qual Hitler se associaria em setembro seguinte, tornando-se seu principal orador. Em 1920 o grupo adotou o nome Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e definiu seu programa político, caracterizado pelo anti-semitismo, extremo nacionalismo e críticas ao capitalismo internacional.


O PSDB se define com PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA, portanto é SOCIALISTA, e basta ver o programa de partido e as realizações do governo FHC para entender que esta dicotomia, no Brasil só serve para debates improdutivos.
No governo FHC, apesar da politicas "neo liberais" implantadas, existiram politicas assistencialistas ( o Bolsa-família não passa de uma ampliação e junção de programas assistências do governo FHC), por isso defino o PSDB como CENTRO-ESQUERDA.
Se fosse as politicas neo-liberais a definirem um governo DIREITA, Lula deu continuidade a tais politicas. Portanto teríamos que dizer que o PT é de DIREITA? 


Definir o socialismo pela existência ou não de de empresas privadas além de um reducionismo infantil. é uma falácia.Pior ainda é tentar dizer que um era diferente do outro pelo fato da União Soviética, ter lutado contra os nazista. Além de um completo desconhecimento da História ( se não for desonestidade argumentativa), pois, Hitler assinou um tratado de não-agressão com Stalin, e este só colocou a Russia na guerra , após a tentativa alemã de invadir território Soviético, onde este foi derrotado ( assim como Napoleão) pelo INVERNO e não pelo exército Soviético propriamente. Stalin foi traído, pois não esperava que Hitler tivesse a mesma ideia que ele: Esperar o enfraquecimento do outro para poder ampliar sua hegemonia e imperialismo na Europa.

Ser socialista, não impedia Hitler de ser imperialista, assim como não impediu Stalin. Apesar de se definirem como socialistas, o Nazismo, tinha diferenças do Comunismo Soviético, assim como tinha do Fascismo, em suas diretrizes.No entanto TODOS eles se resumiam a um regime ditatorial , focado na figura de um líder e com amplo domínio do Estado sobre os meios de produção e sobre o trabalho. 
Te lembra algo?


Dizer que a Primeira e a Segunda Grandes Guerras foram por "disputa das empresas capitalistas por mercado" é uma definição tacanha e novamente um reducionismo.Não nego que grandes empresas se beneficiaram com as guerras, mas dizer que ESTE foi o Grande motivo das guerras é provar que não sabe nada de História.


O PT e as politicas assistencialistas 



Lula AMPLIOU medidas populistas, dando auxílios a quem está desempregado e não a quem está empregado, e sua grnde popularidade só prova uma coisa: A PERIGOSA ADORAÇÃO A UM GRANDE LÍDER. Que a História prova, ser um dos fatores para surgimento de regimes totalitários.Hitler era adorado pela maioria do povo alemão, assim como Mussoline e Stalin em seus respectivos países.


E a esquerda surge com o velho discurso:

 "mudanças estruturais não se faz da noite para o dia, ainda mais que o poder executivo precisa de outros poderes para conseguir administrar e se queremos consolidar nosso sistema democrático, felizmente ou infelizmente (dependendo do ponto de vista) foi preciso o PT dialogar com estes setores que das classe dominantes, tipo os ruralistas e religiosos "
E foi com este discurso que Hitler chegou ao poder. Quando enganados por seu discurso de prosperidade e glorias ao povo alemão, eles deram a ele mais "poderes", e seu discurso racista o aproximou da direita alemã. Afinal empresário não tem ideologia, e enxerga apenas lucro, e se ele existe não importa o regime politico.Ao mesmo tempo persiste na velha e massante demonização dos meios de comunicação. No entanto, tenho que perguntar o seguinte:
Quais seriam os meio de comunicação confiáveis? Os patrocinados pelo governo?

Vale notar que os mesmos meios de comunicação que a "esquerda" diz não terem responsabilidade em informar, nunca lucraram tanto quanto nos últimos doze anos, afinal o Governo PTstas tem investido pesado em Propaganda. E basta dar uma rápida olhada nas contas do governo para descobrir que a Globo tem sido a maior beneficiada pelas verbas governamentais.

Ressuscitam os velhos chavões sobre classe dominante e etc, E ai eu te pergunto:

O PT é GOVERNO , então meu caro quem é esta CLASSE DOMINANTE?
Pois a História nos ensina que a "classe dominante é aquela que controla o governo". Sendo governo a doze anos , quem é então a atual "classe dominante"?.

Quem levanta injurias e fabrica denuncias são o blogs e sites financiados pelo governo. E basta lê-los para notar a total discrepância do que escrevem para com a realidade.

O PT está unido a TUDO de mais podre na politica nacional.

E os militontos dizem que : "foi preciso o PT dialogar com estes setores conservadores da sociedade "

Dando uma desculpa para minimizar o fato de que o PT se locupletou com as tais "classes dominantes" e  ainda se acham no direito de acusar os meios de comunicação de serem instrumentos desta classe.

Nada de anormal pois, contradição é pratica usual nos discursos das "esquerdas", onde a prática nunca casa com a teoria. É uma ode a hipocrisia ou cinismo.
Afinal quem se aliou a "alas conservadoras" foi o PT , com seu apoio às oligarquias e ao coronelismo : vide Sarney, Maluf, Renan, Collor, Edir Macedo...
 Como sugestão de leitura sugiro os seguintes textos: 


“Racismo à brasileira”, Sidney Aguilar Filho;Onde pode-se descobrir que o racismo institucional foi uma politica getulista, o "estadista" admirado por Lula ( e não da "Direta");“Noções de História da Educação”, de 1936,Onde Afrânio Peixoto defendeu a segregação de crianças e adolescentes "degenerados" ( leia -se pobres, negros e pardos) como forma de garantir a ‘saúde da Nação';“O Fascismo no Direito do Trabalho Brasileiro, a influência e os efeitos da Carta del Lavoro na legislação trabalhista brasileira"do professor Arion Sayão Romita.E aprofunde-se mais em HISTÓRIA, mas textos escritos por HISTORIADORES não poluídos por uma ideologia.

Márcio Menezes 


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cotas raciais nas universidades: os argumentos são conhecidos.

"Pretender corrigir no fim o que vem torto desde o início é destruir vidas adultas com ilusões politicamente corretas."


Para o pensamento progressista, as cotas são uma forma de corrigir injustiças passadas, abrindo as portas das melhores universidades a candidatos negros, ou hispânicos, ou nativos-americanos etc.
Para temperamentos mais conservadores, as cotas são uma nova forma de racismo, ainda que invertido, ao reduzir a singular individualidade de cada um à mera pigmentação da pele.

E são, claro, um atentado às mais elementares noções de mérito.

Os argumentos são conhecidos, repito. Mas o que dizer quando duas bíblias do progressismo americano --o "New York Times" e a revista "Atlantic"-- publicam matérias altamente críticas sobre as políticas afirmativas no país?

Aconteceu. Nenhuma delas repete argumentos gastos porque a discussão deixou de ser ideológica. Passou a ser empírica: estarão as políticas afirmativas a produzir efeitos contrários aos pretendidos?
Ambas respondem que sim e dão nome ao descalabro: "mismatch". Ou, traduzindo o conceito, alunos impreparados que entram em universidades de elite através de preferências raciais têm desempenhos acadêmicos sofríveis.

E esse "mismatch" não se limita aos anos de formação. Ele acompanha os indivíduos para o resto das suas vidas profissionais.

O problema é particularmente pronunciado nas ciências, nas engenharias e nas matemáticas, o que não admira: o conhecimento nas "ciências exatas", relembra o "New York Times", é um conhecimento contínuo, onde é necessária uma forte preparação de base para haver progressos contínuos também.

Sem essa preparação, chegar a universidades de elite apenas pela cor da pele é uma espécie de desembarque pedagógico nas praias da Normandia.

A "Atlantic" quantifica essa carnificina: os alunos negros continuam a preferir mais cursos de ciências ou de engenharia do que os brancos; mas o "mismatch" faz com que a desistência entre negros seja o dobro da verificada entre os brancos.

O mesmo acontece depois da universidade: em direito, por exemplo, os alunos negros são reprovados no exame de acesso à profissão quatro vez mais do que os alunos brancos; o "mismatch" explica metade desses fracassos. O que fazer perante os números aterradores das políticas afirmativas?

Escondê-los tem sido uma opção, o que significa arruinar silenciosamente a vida de milhares de pessoas para que as consciências progressistas possam dormir com as suas vaidades intactas.

Outra opção, sugerida sem um pingo de vergonha pelo "New York Times", é "convidar" as instituições de elite a serem um pouco menos de elite. No fundo, "convidar" Harvard a não ser Harvard --uma forma de corrupção intelectual e um caminho para o atraso científico do país.
Mas existe uma terceira via: defender a velha ideia de que competências médias devem frequentar universidades médias.

A "Atlantic", aliás, revela uma curiosa experiência: em 1998, a prestigiada UCLA deixou de usar critérios raciais nas suas admissões. Resultado imediato: queda acentuada de alunos negros (menos 50%) e hispânicos (menos 25%). Escândalo e protestos.

Porém, o mais espantoso é que, nos anos seguintes à abolição dos critérios raciais e, apesar da queda, o número total de negros e hispânicos graduados pela UCLA era semelhante ao número de negros e hispânicos que terminaram os seus cursos antes da abolição. Por quê?
Razões várias. Cito duas. Primeiro, porque a UCLA acabou por atrair os melhores alunos negros e hispânicos que assim puderam frequentar uma universidade sem o "estigma" das políticas afirmativas.

E, mais importante ainda, porque aumentou o número de alunos negros e hispânicos que iniciaram a sua formação em universidades mais modestas -e só depois se transferiram para a UCLA.

Sim, ideologicamente, sou contra discriminações positivas (ou negativas) porque sou incapaz de reduzir qualquer ser humano a um "grupo" ou uma "raça". E não creio que seja função da universidade prosseguir agendas igualitárias. Apenas científicas.

Mas existem evidências empíricas que reforçam as ideológicas: a igualdade de oportunidades deve ser uma igualdade de base na formação de qualquer indivíduo.

Pretender corrigir no fim o que vem torto desde o início é destruir vidas adultas com ilusões politicamente corretas.

João Pereira Coutinho

Xuxa, um deputado evangélico, o perdão e o Amor Estranho e Seletivo Amor ao próximo



Há dias que estou pensando em comentar este assunto, no entanto as palavras não surgiam. Mas, como se fosse pela Providencia Divina, eis que surgem novos fatos que podem ser relacionados ao assunto.
Mas, vamos ao caso, depois retorno com minha opinião.
Durante evento na comissão da Câmara para aprovação da Lei da Palmada, um deputado evangélico Pastor Eurico (PSB-PE), fez criticas a Xuxa declarando que ela cometeu "a maior violência contra as crianças ao fazer um filme "pornográfico" onde praticou "pedofilia"...O Deputado é um dos apoiadores da "cura gay"
O filme
O Filme chama-se Amor Estranho Amor, o filme foi filmado em 1979 e lançado em 1982 o enredo do filme é o seguinte:
Hugo,( Marcelo Ribeiro/criança) um homem de meia idade, guarda na memória a infância realmente singular. Em 1937, ainda um garoto, sai de Santa Catarina com a avó e desembarca em São Paulo, onde é deixado em frente a um palacete, na verdade um bordel de luxo. Ali mora e trabalha Anna( Vera Fischer), sua mãe, uma prostituta e amante do Dr. Osmar Passos (Tarcísio Meira), um poderoso político paulista. O garoto irá conviver daí em diante nesse ambiente com outras garotas de programa como Tamara( Xuxa) - uma ninfeta atrevida. Depois de ter leiloada a sua falsa virgindade entre os frequentadores mais ricos, ela seduz Hugo - e inicia o adolescente nos prazeres do sexo. Como pano de fundo no filme, o momento político do país às vésperas do golpe que instituiu a ditadura do Estado Novo.
Para quem tem o mínimo de conhecimento de cinema, sabe muito bem que num roteiro como este cenas de sexo são perfeitamente aceitáveis.
No entanto quem assistiu o filme sabe que classifica-lo de "pornográfico" é de um exagero fanático.
Na época o cinema nacional se resumia pornochanchadas eróticas, e o filme de Xuxa sequer chega a isso.
Xuxa tinha entre 17 e 19 anos durante as gravações do filme e o ator Marcelo Ribeiro tinha 12.
As cenas entre os dois se resume a nudez e simulação de sexo.
O interessante é que Anna (Vera Fischer) protagoniza uma cena de Incesto ( apesar dela apenas "dar de mamar" ao garoto, fica subentendido que ela substitui Tamara( Xuxa) para afasta-lo dela, e assim satisfaz as vontades do garoto que acabou de conhecer o sexo).
No entanto, não se vê criticas a Vera Fischer, nem ao Diretor Walter Hugo Khouri, que seguiu sua carreira, inclusive tendo o filme sido indicado para
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a mais tradicional mostra da sétima arte no país. Vera Fischer recebeu o Candango de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação no longa.
Quando lançado, ninguém deu atenção alguma para Xuxa. Seu nome só foi para o topo do cartaz, e sua imagem passou a aparecer em destaque, quando a loira começou a namorar Pelé, alguns anos depois. E a polêmica só surgiu quando ela começou a ser conhecida como Rainha dos baixinho.
Para se ter ideia, O filme foi liberado pela censura do Regime Militar , a mesma censura que proibiu a exibição de O Ultimo Tango em Paris.
Um peso, duas medidas
Sabe-se que as religiões evangélicas costumam pregar que após a aceitação de Jesus como Salvador, qualquer pessoa está perdoada de TODOS os seus pecados, e tornam-se "uma nova pessoa em Cristo". Não é incomum ouvirmos testemunhos de novos convertidos e até de pastores que dizem, que antes de "conhecer Jesus" eram "homicidas, ladrões, viciados..."
E eis que surge um novo fato amplamente divulgado pela mídia.
Giuliano Ferreira, estrela de mais de 300 filmes pornôs, inclusive com atuações onde transa com Rita Cadillac e com outros homens, lança livro onde conta como foi sua "transformação em nova criatura"
O que separa o "pecado de Xuxa", do pecado do pastor Giuliano?
A historia do pastor de que após uma dor de dente que não passava, ele ser internado e diagnosticado com um infecção que atingiu vários órgãos?
E que durante o internamento teve uma experiência sobrenatural? :
“Tive um encontro com Deus. Ouvi uma voz falar para mim: ‘Chegou o momento de você fazer a minha vontade’. Assim que me recuperei e deixei o hospital, abandonei a carreira de ator pornô”, lembra Giuliano, que a partir dali tornou-se evangélico.
Ou o fato dele se tornar evangélico, enquanto Xuxa permaneceu na "sua Fé"?
Agora Minha opinião
A diferença para se julgar Xuxa e o pastor Giuliano é que Xuxa É famosa, e critica-la da IBOPE, muitas vezes criticas movidas pela ignorância de pessoas que sequer assistiram ao filme ( eu assisti no cinema, e era menor de idade), criticam, baseados no que ouvem, ou leem na internet ( este belo veículo de verdades absolutas que já causou a morte de inocentes.
São pessoas que se preocupam com a alcova alheia, com a sexualidade do outro, que "acusam" Xuxa de ser lésbica e ter um caso com Ivete Sangalo, e recentemente compartilharam a noticia falsa ( hoax ) de que Sasha, foi flagrada pela mãe trocando caricias com uma colega.
(E o pior é que VI amigos meus homossexuais -de ambos os sexos- compartilhando e comentando o "boato", como se verdade fosse.)
O deputado, queria aparecer, "pongar" na fama de Xuxa para justificar os votos de seus eleitores/rebanho. Precisava de outro "factoide", já que seu projeto de "cura gay" falhou.
O deputado depois do episódio foi afastado ( tardiamente) da Comissão de Constituição e Justiça,e vai ter arranjar outro palanque para destilar seus preconceitos.
A diferença para se julgar, é o preconceito religioso, de quem considera "sua fé", a única e verdadeira( pecado da soberba?), e que não respeita a fé alheia.
A diferença é a mesma que faz um juiz declarar em uma decisão judicial que religiões de matrizes africanas não "são religiões".
Ps. Fui "baixinho da Xuxa"( não perdia um programa, pois sou fã de desenhos animados, e até hoje, minhas manhãs em casa são reservadas para assisti-los) , tinha as revistas (Playboy, Fórum, Ele...) em que ela saiu pelada, tive MUITOS momentos de prazer solitário e contemplativo com suas fotos ( e as de Vera Fischer também).
No entanto, hoje não considero Xuxa um exemplo a ser seguido, considero-a no máximo um produto ultrapassado da mídia , alguém que não entendeu que seu tempo já passou, e que deveria se aposentar.
Menezes

segunda-feira, 5 de maio de 2014

QUEM TEM RAÇA É CACHORRO

Quem tem raça é cachorro

João Ubaldo Ribeiro
No domingo passado, citei aqui a frase de meu amigo e conterrâneo Zecamunista que hoje uso como título.
Ele de fato diz isso, como eu também digo, nas conversas intermináveis havidas com amigos desde a juventude, quando nos ocorre a felicidade de revê-los. Coroas meio ou bastante chatos, compreendemos quando os mais novos nos cumprimentam com a possível afabilidade, depois mantendo prudente distância.
Portanto, a maior parte de nossas conversas não passa mesmo do papo de dois velhotes irresignados e rezinguentos, que não sai, e geralmente não deve ou não precisa sair dali, pois costuma ser algo sem o qual ou com o qual tudo permanece tal e qual, como sentenciava minha avó Pequena Osório, a respeito de meus livros.
Mas, no caso, quando estamos ameaçados de ver consagrada nas leis do país a divisão do povo brasileiro entre raças, acho que devemos fazer o nosso papo transcender os limites do Largo da Quitanda, a ágora da Denodada Vila de Itaparica, onde hoje vultos menores, como Zeca e eu, ocupam com bem pouco brilho o lugar de tribunos da plebe legendários, como Piroca (Piroca é um apelido para Pedro, no Recôncavo Baiano; não tem nada demais, é um fenômeno que atinge o nome “Pedro” de forma curiosa; quer ver, pergunte a um amigo americano o que quer dizer peter, com P minúsculo) e Zé de Honorina, este negro pouco misturado com branco, aquele mulato.
Zé, aliás, um dos homens mais inteligentes, argutos e eloquentes que já conheci — e cito o que se segue como um dado interessante — não tinha muita noção de que era negro e uma vez me pediu explicações sobre “negritude” e “irmandade” entre negros, conceitos que lhe eram pelo menos parcialmente estranhos.
Mas vou deixar de nariz de cera e de vaselina, porque creio que o assunto merece ser tratado na grossura mesmo, como vem sendo por muita gente, em todas as faixas de opinião.
Quem tem raça é cachorro (em inglês, breed, não race), gente não tem raça. Não vou repetir, porque qualquer um com acesso ao Google pode se encher de dados sobre isto, os argumentos científicos que desmoralizam a raça como um conceito antropologicamente irrelevante e equivocado, sem apoio algum entre os que estudam a genética humana. Entretanto, o atraso da espécie (ou raça) humana leva a que continuemos a lhe emprestar importância desmedida e irracional, odiando por causa dele, matando por causa dele e até ameaçando o planeta por causa dele. De qualquer forma, incorporando o conceito de raça a seu sistema jurídico, o Brasil estará dando um ridículo (mas de consequências possivelmente temíveis, ou no mínimo indesejadas) passo atrás, mais ou menos como se o Ministério da Saúde consagrasse a geração espontânea de micro-organismos como fonte de infecções.
Mais ridículo e até grotesco é que os defensores do reconhecimento das “raças” que compõem a povo brasileiro façam isso depender de uma declaração ou opção da pessoa racialmente classificada, até mesmo em circunstâncias nas quais essa opção pode não ser honesta, mas apenas de conveniência, como nos casos, já acontecidos, de gente que se considerava branca declarar-se negra para obter a vaga destinada a um “negro”. Ao se verem num mato sem cachorro para definir a raça de alguém, exceto copiando manuais nazistas e tornando Gobineau e Gumplovicz autores básicos para a formação de nossos cientistas sociais, médicos, dentistas, músicos, atletas e profissionais de outras áreas onde as diferenças de aptidão ou fisiologia são “visíveis”, assim como era visível a superioridade dos atletas de Hitler que o negro Jesse Owen botou num chinelo, os defensores de cotas raciais se valeram desse recurso atrasado, burro, grotesco e patético em sua hipocrisia básica. Não há como defender critério tão estapafúrdio e destituído de qualquer fundamento.
Outra coisa chata, enquanto vemos o Brasil querer botar na letra da lei, o que outros países onde houve e há até mesmo apartheid, como nos Estados Unidos, não só de ontem como ainda de hoje, apesar do presidente Obama, fazem força para retirar, é a persistência do que eu poderia chamar de síndrome de Mama África, contra a qual quem eu mais vejo protestar são escritores amigos meus de países africanos, que não aguentam mais ser embolados num mesmo pacote como “africanos”, transformando em folclore disneyano a enorme complexidade cultural de um continente como a África. Burrice falar em “cultura africana”, “comida africana” e similares, em vez de pluralizar essas entidades, porque são plurais. Além disso, nada mais racista e simplório do que achar que os negros são “irmãos”. Os negros são tão irmãos entre si quanto os europeus entre si, ou seja, irmãos em Cristo, tudo bem. Mas o racismo contra si mesmos de muitos que se acham negros insiste em que há essa irmandade. Documentos escravagistas do Segundo Império, no Brasil, recomendavam que se mantivessem escravos de nacionalidades diversas na mesma senzala, porque muitos se odiavam ou desprezavam entre si mais do que ao opressor. Quem já viu um alemão racista olhar um polonês (eslavo, que curiosamente tem a mesma origem que “escravo”) sabe o que estou dizendo. Desumaniza-se o negro, tornando-o imune à baixeza de seus companheiros de humanidade (mas não de raça). Isto, claro, é outra asnice desmentida pelos fatos ontem e hoje. Ontem, quando mercadores negros de escravos vendiam outros negros por eles mesmos escravizados; hoje, quando negros continuam a escravizar negros e a guerrear entre si, exatamente como os homens de outras raças, o que lá seja isso, desgraça de atraso de vida na cabeça das pessoas, triste exemplo de um país misturado pela graça de Deus querer jogar no lixo esse dom inestimável e irreproduzível, “modernizandose” pela condenação por vontade própria ao que a História não o condenou.
O Globo, 5/4/2009

O NEGRO E O MACACO


João Ubaldo Ribeiro

O negro e o macaco

Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista

Uma das mais clamorosas — e para mim enervantes — manifestações do atraso da espécie humana é esse negócio de raça. A importância que damos à raça, a ponto de odiar-se, matar-se e morrer-se por causa dela, leva inevitavelmente ao lugar-comum: seria ridícula, se não fosse trágica. É difícil encontrar um assunto sobre o qual se digam tantas besteiras quanto este, sempre ignorando não só evidências antropológicas como dados da própria realidade cotidiana. E é também bastante difícil falar sobre ele ou debatê-lo. Muita gente perde o controle, espuma de raiva e afoga o debate em gritos e denúncias.
Começa pela ligação, que aqui sempre se faz, entre escravidão e raça. Falou em escravos, falou em negros. Mas a maior parte dos escravos na história da humanidade não era de negros, o que lá seja isto. A escravidão, para generalizar razoavelmente, era o destino dos vencidos de qualquer raça, que não fossem exterminados. Inclusive, é claro, pois do contrário é que não seriam humanos, os da raça negra vencidos por outros da mesma raça, caso dos escravos vendidos ao Brasil. É comum a noção de que “negro é negro”, como se as incontáveis etnias negras se considerassem iguais. Isso equivale a entender que um alemão é igual a um polonês, um sueco igual a um italiano ou um espanhol igual a um russo. Não pode haver disparate maior — e, se bem olhado, racista — do que achar que, num continente gigantesco e diversificado como a África, todos os negros são iguais e, mais bobamente ainda, irmãos. Irmãos em Cristo e, assim mesmo, se não forem muçulmanos. Vão perguntar se as minorias negras massacradas por nações também negras se consideram irmãs de seus algozes, ou estes daquelas. Ou aos escravos negros de outros negros, situação até hoje existente na África. Há até quem se escandalize com guerras e genocídios entre nações negras. Ué, e guerra de branco contra branco?
Desculpem se atropelo argumentos, mas é que o assunto me deixa nervoso também e me dá uma certa exasperação. Agora me ocorre interromper o que vinha dizendo para lembrar outra prática enervante: falar em cultura africana. Não existe, nem pode existir, uma cultura africana, em nenhum sentido. Aplica um reducionismo grotesco aquele que — e lembro outra vez o tamanho e a complexidade da África — acha que só existe uma cultura negra ou africana. De novo, é um argumento que, se bem olhado, pode ser considerado racista. Existe a cultura africana dos povos a que pertenciam os que foram trazidos para o Brasil como escravos, o que é muito diferente de dizer que ela é “a cultura africana”. Experimentem convidar um zulu para jantar e servir a ele comida ioruba, como na Bahia. Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista.
Aplicar padrões sociológicos americanos para o problema, no Brasil, é outra prática difícil de aturar. E faço a ressalva sempre exigida de que claro que no Brasil há racismo, patati-patatá. Mas a Bahia não é o Alabama. Já na década de 60, um casal, numa das Virgínias do Sul dos Estados Unidos, foi condenado a dois anos de prisão porque era inter-racial, ou seja, um dos dois era negro. As Forças Armadas só foram integradas na Guerra da Coreia e qualquer um que tenha vivido nos Estados Unidos sabe que lá é diferente e ou criamos nossas próprias categorias para examinar nossa realidade, ou prosseguiremos macaqueando até mesmo o racismo alheio.
Escrevi “macaqueando” aí em cima, sem de início lembrar a alusão a macacos em recentes incidentes de racismo no futebol. Mas ela vem a calhar, nesta salada que estou servindo hoje. É curioso como não paramos para pensar e notar que, quesito por quesito, algum racista negro teria razões para alegar que macaco é o branco e não o negro, o qual pode ser visto como muito mais distante do macaco que o branco. Se é verdade, não sei, nem isto tem importância alguma, mas pensem aqui num par de coisas. Imaginem, por exemplo, um ser inteligente de outro planeta, portanto não sujeito aos nossos condicionamentos, a quem incumbíssemos de esclarecer qual das duas raças é mais próxima do macaco. Para tanto, poríamos diante dele um branco nu, um negro nu e um chimpanzé, nosso primo próximo.
O primeiro impacto talvez fosse a cor e, de fato, o pelo do chimpanzé, assim como a pele do negro, é preto. Mas o bom observador não ia deixar-se levar por essa aparência. Façamos um exame cuidadoso e uma listazinha, junto com ele. O macaco é todo coberto de pelos, o corpo do negro é glabro, o branco pode ser o Tony Ramos; os pelos do macaco são lisos, os cabelos do branco também, os cabelos dos negros são crespos; raspado o pelo, a pele do macaco por baixo se revela branca e não preta; os lábios do macaco são finos, os do branco também, os dos negros são grossos; o macaco não tem bunda, o branco tem bunda chata, o negro tem bunda almofadada; até — perdão, senhoras — os renomados atributos masculinos dos negros são mais distantes do macaco, que é tipo piu-piu. Como se vê, basta escolher o que se quer levar em conta e, pelo menos neste exemplo perfeitamente plausível, o extraterrestre poderia concluir que o branco está bem mais perto do macaco que o negro.
Tudo bobagem, discussão que não leva a nada, somente ao ódio e à intolerância. Vamos parar de procurar modelos, ao menos nisto não sejamos tão colonizados, não permitamos que mais lixo contamine nosso pensamento. Os americanos é que têm obsessão por raça (lá nós, brasileiros, somos “hispânicos”), nós temos é a glória e o privilégio de ser o único país em que homens e mulheres de todas as raças se misturaram e misturam e onde a raça, Deus há de ser servido, ainda terá o lugar que merece, ou seja, nenhum.