quinta-feira, 29 de maio de 2014

Xuxa, um deputado evangélico, o perdão e o Amor Estranho e Seletivo Amor ao próximo



Há dias que estou pensando em comentar este assunto, no entanto as palavras não surgiam. Mas, como se fosse pela Providencia Divina, eis que surgem novos fatos que podem ser relacionados ao assunto.
Mas, vamos ao caso, depois retorno com minha opinião.
Durante evento na comissão da Câmara para aprovação da Lei da Palmada, um deputado evangélico Pastor Eurico (PSB-PE), fez criticas a Xuxa declarando que ela cometeu "a maior violência contra as crianças ao fazer um filme "pornográfico" onde praticou "pedofilia"...O Deputado é um dos apoiadores da "cura gay"
O filme
O Filme chama-se Amor Estranho Amor, o filme foi filmado em 1979 e lançado em 1982 o enredo do filme é o seguinte:
Hugo,( Marcelo Ribeiro/criança) um homem de meia idade, guarda na memória a infância realmente singular. Em 1937, ainda um garoto, sai de Santa Catarina com a avó e desembarca em São Paulo, onde é deixado em frente a um palacete, na verdade um bordel de luxo. Ali mora e trabalha Anna( Vera Fischer), sua mãe, uma prostituta e amante do Dr. Osmar Passos (Tarcísio Meira), um poderoso político paulista. O garoto irá conviver daí em diante nesse ambiente com outras garotas de programa como Tamara( Xuxa) - uma ninfeta atrevida. Depois de ter leiloada a sua falsa virgindade entre os frequentadores mais ricos, ela seduz Hugo - e inicia o adolescente nos prazeres do sexo. Como pano de fundo no filme, o momento político do país às vésperas do golpe que instituiu a ditadura do Estado Novo.
Para quem tem o mínimo de conhecimento de cinema, sabe muito bem que num roteiro como este cenas de sexo são perfeitamente aceitáveis.
No entanto quem assistiu o filme sabe que classifica-lo de "pornográfico" é de um exagero fanático.
Na época o cinema nacional se resumia pornochanchadas eróticas, e o filme de Xuxa sequer chega a isso.
Xuxa tinha entre 17 e 19 anos durante as gravações do filme e o ator Marcelo Ribeiro tinha 12.
As cenas entre os dois se resume a nudez e simulação de sexo.
O interessante é que Anna (Vera Fischer) protagoniza uma cena de Incesto ( apesar dela apenas "dar de mamar" ao garoto, fica subentendido que ela substitui Tamara( Xuxa) para afasta-lo dela, e assim satisfaz as vontades do garoto que acabou de conhecer o sexo).
No entanto, não se vê criticas a Vera Fischer, nem ao Diretor Walter Hugo Khouri, que seguiu sua carreira, inclusive tendo o filme sido indicado para
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a mais tradicional mostra da sétima arte no país. Vera Fischer recebeu o Candango de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação no longa.
Quando lançado, ninguém deu atenção alguma para Xuxa. Seu nome só foi para o topo do cartaz, e sua imagem passou a aparecer em destaque, quando a loira começou a namorar Pelé, alguns anos depois. E a polêmica só surgiu quando ela começou a ser conhecida como Rainha dos baixinho.
Para se ter ideia, O filme foi liberado pela censura do Regime Militar , a mesma censura que proibiu a exibição de O Ultimo Tango em Paris.
Um peso, duas medidas
Sabe-se que as religiões evangélicas costumam pregar que após a aceitação de Jesus como Salvador, qualquer pessoa está perdoada de TODOS os seus pecados, e tornam-se "uma nova pessoa em Cristo". Não é incomum ouvirmos testemunhos de novos convertidos e até de pastores que dizem, que antes de "conhecer Jesus" eram "homicidas, ladrões, viciados..."
E eis que surge um novo fato amplamente divulgado pela mídia.
Giuliano Ferreira, estrela de mais de 300 filmes pornôs, inclusive com atuações onde transa com Rita Cadillac e com outros homens, lança livro onde conta como foi sua "transformação em nova criatura"
O que separa o "pecado de Xuxa", do pecado do pastor Giuliano?
A historia do pastor de que após uma dor de dente que não passava, ele ser internado e diagnosticado com um infecção que atingiu vários órgãos?
E que durante o internamento teve uma experiência sobrenatural? :
“Tive um encontro com Deus. Ouvi uma voz falar para mim: ‘Chegou o momento de você fazer a minha vontade’. Assim que me recuperei e deixei o hospital, abandonei a carreira de ator pornô”, lembra Giuliano, que a partir dali tornou-se evangélico.
Ou o fato dele se tornar evangélico, enquanto Xuxa permaneceu na "sua Fé"?
Agora Minha opinião
A diferença para se julgar Xuxa e o pastor Giuliano é que Xuxa É famosa, e critica-la da IBOPE, muitas vezes criticas movidas pela ignorância de pessoas que sequer assistiram ao filme ( eu assisti no cinema, e era menor de idade), criticam, baseados no que ouvem, ou leem na internet ( este belo veículo de verdades absolutas que já causou a morte de inocentes.
São pessoas que se preocupam com a alcova alheia, com a sexualidade do outro, que "acusam" Xuxa de ser lésbica e ter um caso com Ivete Sangalo, e recentemente compartilharam a noticia falsa ( hoax ) de que Sasha, foi flagrada pela mãe trocando caricias com uma colega.
(E o pior é que VI amigos meus homossexuais -de ambos os sexos- compartilhando e comentando o "boato", como se verdade fosse.)
O deputado, queria aparecer, "pongar" na fama de Xuxa para justificar os votos de seus eleitores/rebanho. Precisava de outro "factoide", já que seu projeto de "cura gay" falhou.
O deputado depois do episódio foi afastado ( tardiamente) da Comissão de Constituição e Justiça,e vai ter arranjar outro palanque para destilar seus preconceitos.
A diferença para se julgar, é o preconceito religioso, de quem considera "sua fé", a única e verdadeira( pecado da soberba?), e que não respeita a fé alheia.
A diferença é a mesma que faz um juiz declarar em uma decisão judicial que religiões de matrizes africanas não "são religiões".
Ps. Fui "baixinho da Xuxa"( não perdia um programa, pois sou fã de desenhos animados, e até hoje, minhas manhãs em casa são reservadas para assisti-los) , tinha as revistas (Playboy, Fórum, Ele...) em que ela saiu pelada, tive MUITOS momentos de prazer solitário e contemplativo com suas fotos ( e as de Vera Fischer também).
No entanto, hoje não considero Xuxa um exemplo a ser seguido, considero-a no máximo um produto ultrapassado da mídia , alguém que não entendeu que seu tempo já passou, e que deveria se aposentar.
Menezes

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