segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Opinador do Cotidiano: CONHECIMENTO QUE CIRCULA

Opinador do Cotidiano: CONHECIMENTO QUE CIRCULA: A muito tempo venho tentando descobrir uma forma de participar mais de minha comunidade, grupos de debates, projetos sociais, sugestões, cr...

CONHECIMENTO QUE CIRCULA

A muito tempo venho tentando descobrir uma forma de participar mais de minha comunidade, grupos de debates, projetos sociais, sugestões, criação de projetos que não deram certo, engajamento em escolas públicas...tentei de tudo.
Até que um dia a ideia bateu na minha cara.
Existe um senhor que é vidraceiro e tem um ponto proximo ao mercado onde faço compras, levei um vidro para cortar e vi numa caixa váriso classicos da literatura, edições raras antigas, e perguntei se ele estava vendendo. Ele me disse que estava montando uma biblioteca comunitária, para que quem quisesse pudesse ler, levar, ficar ou devolver depois de ler, os livros que sentisse vontade.
Sai daquela barraquinha com um exemplaerr antigo de "Os Grandes Classicos da Literatura" de graça.
Ali, naquela barraquinha, um homem simples tomou a decisão de repassara conhecimento. Esta é a ideia da minha vida , sempre achei que conhecimento deve ser repassado. Conhecimento parado, preso num ambiente academico é apenas "estudo teorico" ,. conhecimentos repassados, compartilhados, viram ideias , mudam pessoas, mudam o mundo.
E assim, descobri qual era o MEU PROJETO.
Entusiasta da leitura, leitor voraz ( leio até quatro livros ao mesmo tempo) eu adorei a ideia. E pensei : "Porque ficar preso a um local?"
O bairro é enorme, podemos levar este conhecimento a todos do bairro, e até amplia-lo. Ocorrem diversos eventos no bairro onde poderiamos ir e levar os livros.
Sai daquela "vidraçaria" com a mosca da ideia me corroendo a mente, e já separei dois livros apra doar aquele senhor. Mas, muito mais que isso, quero ajuda-lo nesta empreitada. Quero fazer da ideia dele, a MINHA ideia e amplia-la. Ele ainda está na fase de receber doações em livros, eu iniciei a minha fase de coletar doações de livros, Mas, tenho amente muito f[ertil e já estou imaginando discos, cds, fita cacete e VHS, Dvs, fotografias...TUDO que possa formar um acervo histórico, letras, audio e video e imagens.
Tenho alguns contatos que podem me conseguir material para prencher umas três estantes. O que me falta é o veículo.
Fiz uma pesquisa e para um veículo(usado) e o custo da modificação e manutenção nos primeiros meses eu precisaria de uns R$ 60 MIL, e é este valor que vou pedir nesta campanha.
Depois, do porjeto em andamento, tetarei mobilizar o comércio, as escolas e a comunidade para que ele não pare.
A ideia é começar no meu bairro e depois espalhar por TODA A CIDADE!
OBS :Quem não puder doar dinheiro, aceito livros, revistas, quadrinhos, VHS, DVs, Fotos K7, Vinis...

http://www.kickante.com.br/campanhas/conhecimento-que-circula

terça-feira, 21 de abril de 2015

O DIA 21 DE ABRIL E A IMPUNIDADE HISTÓRICA



21 de abriu , dia da Inconfidência Mineira, mas que foi transformado no dia para comemorar a morte de um homem.
Porquê? Por que não interessava ao Regime Militar ( a data foi criada em 1965 no auge da Ditadura) disseminar o histórico , os motivos e a ideias dos Inconfidentes. Assim, criou-se um HERÓI, num país que tinha- e ainda tem- carência destes.

Quem foi Joaquim José da Silva Xavier, O Tiradentes?
Tiradentes , era alferes, posto militar que hoje corresponderia ao de sub-tenente, aquele que não é OFICIAL, nem praça, não é aceito como parte do oficialato, mas está muito acima  dos outros praças.
A participação de Tiradentes na Inconfidência era de mero EXECUTOR da REVOLTA, um simples "soldado" que teria o papel de fazer os quarteis aderirem ao movimento. O "peixe pequeno" o "zé-ruela"...e o ÚNICO a ser morto.

A maioria dos inconfidentes, eram integrantes da elite cultural e social de Ouro Preto os mais importantes, além de Tiradentes, foram:

Joaquim Silveira dos Reis Montenegro Leiria Grutes (1755 – 1819) fornecerdor de gado e sal. Rico, poderoso, tinha altas dividas com o Império  e quando foi chamado para “prestar contas”. O único jeito de se safar era contando da conspiração, sendo assim o primeiro delator, Fugiu de Minas Gerais (houve ataques contra ele) e sem amigos no Rio de Janeiro, mudou-se para Portugal e no mesmo ano o Príncipe Regente o declarou Fidalgo da Casa Real e Tesoureiro-mor da Bula, perdoando assim, todas as suas dividas.

Tenente Coronel Francisco de Paula Freire Andrade (1756 – 1809) filho do segundo Conde de Bobodela que governava a capitania de Minas Gerais. Se envolveu na conspiração, por um sentimento de amizade que tinha com Tiradentes. Após Joaquim Silveira  ter feito a denuncia, o Coronel decidiu recuar e entregou uma carta para o governador denunciando a conspiração. Foi preso e condenado à morte, pena que foi mudada  para o exílio perpetuo no interior de Angola.

Inácio José de Alvarenga Peixoto (1742-1792), poeta. Se envolveu na Inconfidência por causa das dividas e altos impostos e não por acreditar na causa.  Foi deportado para Angola onde faleceu.

José Álvares Maciel (1760 – 1804), filosofo formado,  foi deportado para Angola,

Luiz Antônio Furtado de Castro do Rio Mendonça (1754 – 1830), sexto Visconde de Barbacena, mais tarde o primeiro conde de Barbacena. seu objetivo era tornar-se embaixador da nova republica que achava que iria fundar. Também foi um dos delatores.
Visconde de Barbacena após a devassa ainda ficou mais oito anos em Minas Gerais, e jamais foi criticado pela opinião publica e os moradores do Arraial de Capela Nove, quando da transformação em vila solicitaram o nome para Barbacena.

Padre Luiz Vieira da Silva (1735 – 1809)  Foi o maior líder da conspiração republicana mineira de 1785 / 1789, foi um líder intelectual, coordenador, estrategista e um dos grandes oradores sacros de Minas Gerais e foi considerado sem contestação, entre os mais sábios intelectuais de sua geração. Foi preso em 1789, seu papel era o de organizador, coordenador de revolta, foi ele que elaborou o modo de rebelião militar e a forma de consolidá-lo, e em seus discursos revolucionários feitos sem qualquer temor ele pregava que o Brasil tinha o direito de ser independente e que poderia ser livre, pois não dependia em nada de Portugal. Denunciado por Basílio de Brito em Abril de 1789 ele foi preso em 22 de Junho de 1789, depondo pela primeira vez na condição de preso de 1789 na Casa dos Contos e no dia 8 de Julho de 1789. Quando depôs, foi o mais firme de todos os inconfidentes, e o mais pressionado, em seus depoimentos quando negou que soubesse qualquer coisa sobre o levante. Ficou preso na Fortaleza da ilha das Cobras onde foi interrogado mais quatro vezes e sempre negando. Ficou um ano incomunicável na prisão, saindo apenas para ouvir a sua sentença de degredo para a ilha de São Tomé. Saiu do Rio de Janeiro, chegando a Lisboa ficou preso na Fortaleza de São Julião da Barra onde ficou quatro anos, e no ano de 1796 o Padre Luiz Vieira da Silva obteve autorização para deixar a prisão e recolher-se a clausura do Convento de São Francisco da cidade onde permaneceu mais seis anos, e nos ano de 1802 obteve parecer favorável no seu processo de indulto emitido pelo Visconde De Barbacena, regressando ao Brasil aonde veio a falecer.

Capitão Manoel da Silva Brandão (sem registro) serviu no regime de Vila Rica. Era considerada figura chave na conspiração, mas em Março de 1789 foi nomeado Comandante de Destacamento Diamantino sediado em Vila do Tejuco ao norte de Minas Gerais, onde continuava a fazer os encontros conspiratórios iniciados em Vila Rica. Depois da devassa foi encontrado reunido secretamente na madrugada com o irmão do padre Rolim, foi surpreendido pelo Cadete Lourenço Orsinio, mas em golpe de sorte e meio que armado, o Capitão Brandão esquivou-se de modo suspeito deixando que o Padre Rolim escapa-se, fato que não passou despercebido ao seu comandante o Tenente Fernando de Vasconcelos que era contra os revolucionários. Por este motivo ordenou que outro oficial perseguiu-se e prende-se o Padre Rolim, intimidou Capitão Brandão a apresentarem-se em Vila Rica, quando o prende tenta intimidá-lo, mas tempos depois solta-o não o incomodando mais, embora o considerasse muito suspeito.

Tomas Antônio Gonzaga (1744 -1810)  Foi um dos mais importantes no movimento dos Inconfidentes de 1789, o verdadeiro líder da conspiração, moral, intelectual e decisório. Tinha a tarefa de redigir a Constituição e os documentos legais mais importantes da institucionalização da nova situação política a ser criada pelos inconfidentes. Tiradentes admirava-o muito e sabia que, com o sucesso da revolução, Gonzaga seria o primeiro entre os primeiros. Quando preso enfrentou seu destino foi interrogado várias vezes, permaneceu mais de dois anos incomunicável, mas nenhuma vez denunciou qualquer plano ou parte do plano, nem pessoas envolvidas na revolta. Foi condenado ao degrado em Moçambique, lá Logo foi nomeado como Promotor dos Defuntos e Ausentes , tornou-se procurador da Coroa, em 1809 foi nomeado como Juiz da Alfândega, e pelo fato de ser o único advogado habilitado em Moçambique e assim permaneceu ate o fim de sua vida.

Apesar de se basear nos ideais da Revolução Francesa, os inconfidentes não defendiam uma revolução social, mas  apenas a libertação do Brasil como Colonia de Portugal, o status quo social seria mantido, com pobres permanecendo sem direitos e negros continuariam escravos.

Pela história, dos principais participantes da Inconfidência podemos ver que apenas o alferes ( praça), sem posses, sem ascendência nobre ou importância religiosa ou econômica foi condenado a morte. Dos dos 24 presos, 12 foram condenados a morte, destas penas 11 foram comutadas por degredo (exílio), com muitos sendo perdoados e retomando seus cargos no Governo Imperial, e apenas UM foi executada, a de Tiradentes. Morto por enforcamento e esquartejado. O ÚNICO participante que poderia ser identificado como "integrante do povo".

Pior ainda é descobrir que um delator do  movimento, um traidor, é homenageado até hoje, tendo uma cidade mineira, com seu nome BARBACENA.

Assim, a história nos ensina que a prática de condenar a penas duras ( já que não utilizamos mais a pena de morte) é uma prática antiga no Brasil, e que até hoje, a condição social, politica, religiosa influencia na hora da condenação, e até mesmo na simpatia por parte do povo.

Nosso Código Penal, até hoje prevê penas menos duras para crimes que só podem ser cometidos por quem tem poder, seja ele politico, econômico, religioso,etc.

Basta dar uma olhada nas penas aplicadas no julgamento do mensalão.

 Menezes Marcio​

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

COMPARAÇÕES ESDRÚXULAS E TENTATIVA DE ENGODO


Estiveram esta semana na Bahia, representantes da Policia Japonesa para uma troca de experiencias no modelo de Policia Comunitária.
Não ha de negar a extrema importância deste tipo de troca, no entanto devemos nos prender a certas diferenças culturais, politicas e de infraestrutura.
Obvio que os representantes Japoneses não iriam dar entrevista a jornais brasileiros detonando a iniciativa baiana, portanto devemos deixar os elogios ditos pelos japoneses no capo da diplomacia ( aliás uma técnica que eles dominam bem)
No entanto, achar que o modelo japonês pode ser integralmente adotado no Brasil, é de uma falta de compreensão gritante sobre as diferenças que separam os dois países, e pior ainda é fazer declarações esdruxulas e baseadas em "achismos".
No Jornal A Tarde de hoje ( 28/01/2014) temos uma demonstração deste erros.
Primeiro, fiquei sabendo pelo jornal que a Bahia enviou TRÊS ( isso mesmo APENAS 03) representantes da policia baiana para conhecer o modelo japonês.
Ora, num universo de 30 mil homens, 417 municípios, uma área de mais de 500 mil km², três "multiplicadores" levariam uns cem anos replicar o projeto.
Portanto podemos dizer que na verdade estes três só foram para o Japão passear e trazer uma desculpa para sua viagem paga pelo estado, a ponto de só AGORA com a visita da delegação japonesa é que fomos informados que três privilegiados ( provavelmente representantes do Alto Escalão) estiveram no Japão com o dinheiro do contribuinte.
Talvez não estivessem esperando que os japonese retribuíssem a visita.
Segundo, é uma mentira -ou um erro- declarar que o Projeto de Policia Cidadã tenha se iniciado em 2011. Este projeto existe desde 2008, capengando, sendo esquecido, perdendo espaço para "iniciativas midiáticas" , mas existe.
Foi implantado com o desmembramento dos Batalhões , para criação das CIPMs,mas como diversos projetos sobre Segurança Pública o Prjeto Policia Cidadã NUNCA foi um projeto de ESTADO, mas um Projeto de Governo, portanto cada governante - e os gerentes da área por eles empossados - ao invés de seguirem e manterem o projeto, sempre procuraram "seus próprios projetos" para gravarem seu nome na historia.
Em 20 anos a Policia Militar da Bahia, já criou ou aderiu a pelo menos 8 projetos "que trariam a solução para a Segurança Pública" dos quais lembro de alguns, cito-os: Amanakey, Policia Cidadã, Rondas nos Bairros, Bases de Policiamento Comunitário...TODOS foram abandonados.
O Projeto Policia Cidadã criado em 2008, também enviou representantes do alto escalão para outro país, neste caso foi Estados Unidos, para conhecer em trazer "iniciativas inovadoras" para a Segurança Pública. E teve o mesmo destino que os outros. Após uma "boom" de marketing e liberação de verbas, os "multiplicadores" encontraram uma vaga numa Secretaria ( onde ganham adicionais) e o projeto morreu de inanição.
Terceiro. Não sei de quem partiu a informação. a matéria não deixa claro,, se foi uma "tirada do repórter" ou se alguém da PM ou da comitiva do Japão fez esta declaração, mas transcrevo aqui ipsis litteris ( destacando em caixa alta os pontos mais esdrúxulos)
"No Japão, a EXTINÇÃO das armas letais, reduziu a taxa de homicídio para mil assassinatos por ano. Isso corresponde, conforme dados da Organização Mundial da Saúde ( OMS) , a 0,2 homicídios por 100 mil habitantes, segundo melhor do mundo.
Já o Brasil ocupa, no mesmo ranking, a 11ª pior posição, com 32,4 homicídios por mil habitantes."
A comparação é de uma falta de informação gritante.
Primeiro. O Japão, - como uma parte da reportagem informa - não tem Forças Armadas, proibição esta IMPOSTA pelos Estados Unidos durante a ocupação pós Segunda Grande Guerra, da mesma forma que a Alemanha tem restrições de número de integrantes e de armamentos.
Diferente da Alemanha, o Japão optou por não criar um Exercito,mesmo depois que a proibição foi suspensa, dando as mesma condições dadas aos alemães -poderia criar Forças Militares mas, com restrições - mas, isso vem mudando e tanto Alemanha , quanto o Japão tem pressionado a ONU a permitirem uma ampliação de seu poderio militar, devido principalmente as ameaças terroristas.
O Japão optou por criar uma POLICIA NACIONAL, nos moldes da Policia Inglesa - policias fardados, sem uso de armas de fogo- no entanto, tanto o Japão como o Reino Unido, mantem Grupos Especias, altamente treinados e de "resposta rápida" equipados com o que ha de melhor em armamento NO MUNDO!.
Portanto, o comercio de armas de fogo no Japão é uma imposição do pós-guerra e não uma decisão de seu povo ou de seu governo.
mesmo assim o Japão tem uma das mais violentas máfias do mundo a Yakuza.
O povo japonês é extremamente obediente as leis e ao governo, basta lembra que mesmo com a ocupação americana na Segunda Guerra, onde foram usadas as bombas atômicas que dizimaram milhões, os japoneses continuaram fiéis ao imperador e obedeceram fielmente as ordens de colaborarem com os americanos. Não,ouve revoltas, ataques nem violência.
E para lembrar um fato mais recente, podemos citar o Grande Terremoto do Leste do Japão, onde mesmo com falta de itens básicos como água, o povo japonês se organizava em filas para receber as doações, e não ocorreu NENHUM caso de saque.
Comparar este povo com o brasileiro, onde bastou uma greve de poucos dias da Policia, para que mesmo quem nunca tinha roubado, se tornasse criminoso, saqueando, roubando arrombando...é de uma infantilidade deprimente.
Não é a proibição de fabricação e comércio de armas de fogo que faz com que o numero de homicídios no Japão seja o segundo melhor do mundo. Mas, é a educação de seu povo, é sua cultura - extremamente focada na obediência- e que jamais seria aceita pelos "pregadores do pacifismo no Brasil" onde seria chamada de"violação da individualidade".
Os índices de homicídio no Japão são baixos porque o governo investe em educação,saúde, e emprego.
O sucesso desta estratégia de segurança japonês se deve a eficácia, comprometimento e celeridade do SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL envolvendo segmentos reativos, periciais e discretos do aparato policial, da vigilância permanente do MP, da ação coativa e supervisora do Judiciário, de leis sérias e fortes, da presença proativa das Defensorias e de uma execução penal digna e recuperativa, complementado por políticas educacionais, sociais e de saúde capazes de manter a continuidade, salvaguardar e garantir o sucesso dos esforços de todos contra o crime, rumo à paz social.
Fatores que estamos anos luz de alcançar!
Marcio Menezes

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Fanatismo – a manifestação de força dos fracos

O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos“.
(Friedrich Nietzche)
O fanatismo – principalmente religioso e político – só levou a humanidade ao atraso, ao obscurantismo, à segregação e a estupidezes. Fanatismo é uma fortaleza perene no Rio Grande do Norte e demais recantos desse vasto mundo terreno e da alma humana.
Num passeio pela história do homem até nosso tempo, é fácil identificar como o fanatismo freia a evolução da espécie: da ciência à organização social. 
O fanático é um autista. Para ele, há um mundo próprio, com valores ortodoxos.
Seus dogmas, lógico, estão certos e são indiscutíveis. Sempre.
Nessa cegueira, o fanático estabelece o maniqueísmo como bússola, julgando tudo e a todos sob a bifurcação do bem e do mal. O bem, o seu lado. É o que ele defende, muitas vezes sem saber exatamente o que advoga como verdade.
O que seria de nós sem o Iluminismo, a democracia e o ponto de interrogação, em contraponto às trevas, o cesarismo e às maria-vai-com-as-outras?
Reflitamos quanto ao que nos aprisiona.
Na cela insalubre do fanatismo, ninguém pode se sentir ou se imaginar livre. É súdito da limitação.
Vejo duas modalidades de fanáticos: o que se tornou besta-fera por restrição cognitiva e o outro, que age assim para tirar proveito próprio, como um “fanático esclarecido”.
Nos dois casos, uma só vítima: o homem.
De ambos, a mesma conduta deletéria: um, tangido pela ignorância primária; outro, pela esperteza torpe.
Não… não insista. Não adianta discutir com ele.
O fanático é antes de tudo um idiota, o senhor da razão – pensa.
Mantenha-o ocupado; seja indiferente…
Intolerante, o fanático não debate, agride.
O fanático não conversa, ruge.
O fanático não se contrapõe a argumentos, ataca o argumentador.
Quem é o fanático?
É aquele indivíduo que ironizou Cristo na cruz, o SS nazista que cumpriu ordens do III Reich para queimar judeus ou aquele borra-botas que só vê virtudes em seu líder político.
Todos, cada um em seu contexto histórico e circunstância, age como fanático, incapaz de se portar com prudência e racionalidade.
Somos as suas vítimas até hoje.
Esse homem-bomba, como todo homem-bomba, é o primeiro a morrer em seus delírios.
Deixe-o ir só às profundezas de sua pobreza e insanidade.
Sejamos indiferentes…

NOSSA SÍNDROME DE CANUDOS OU PREDILEÇÃO POR LÍDERES MESSIÂNICOS


Antes de explicar o que é "síndrome de Canudos" vou explicar o que foi a Guerra Canudos em três visões diferentes.
Ao ler Os Sertões de Euclides da Cunha, existem três formas de se tirar uma lição histórica sobre o fato, e o que ela relegou de herança no modo brasileiro de ver politica.

Antes de mais nada vale ressaltar que Euclides da Cunha ( como muitos escritores do passado) eram homens formados sobre a ótica da ciência de sua época e das ideias que ali existiam) Euclides apesar de Republicano e abolicionista não fugia a certas ideias que pululavam os Grande Salões da Intelectualidade da época. como a ideia baseada no pensamento Arthur de Gobineau onde miscigenação seria motivo de inferioridade de um povo.

No entanto não seria por isso que devemos condenar a Obra de Euclides ou a de Monteiro Lobato. A contribuição deste para a literatura e para a formação de nossa identidade nacional são imprescindíveis.

Mas vamos Aos Sertões.

Se sua tendencia politica for de direita, é provável que você enxergue canudos como a tentativa de Golpe de uma bando de marginais ( e faria até uma comparação com o MST) em tomar o poder e destruir a propriedade privada.

Se sua tendencia for de esquerda, é provável que você enxergue Canudos como uma tentativa do proletariado em assumir o poder e a amostra da força da união dos pobres contra a Máquina do Repressora do Estado, que assassinou covardemente mulheres e crianças em nome do latifúndio e da exploração do homem.

Se você for de "Centro" o mais provável é que você enxergue Canudos como uma mistura das duas coisas.Historicamente.

Olhando A "Guerra" de Canudos, o que vemos é o que nos deu como herança a "Síndrome do Messias". tínhamos um povo analfabeto, sem direitos políticos liderados por um louco: Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE), de tradicional família, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões.
Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que a República, recém-implantada no país, era a materialização do reino do Anti-Cristo na Terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil e a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo".

Por ai, dá para imaginar que tipo de gente se reunia em volta de Conselheiro, mas, não eram apenas os pobres e miseráveis que se reuniam em Canudos, haviam os bandidos, os jagunços, os procurados pela policia...estes formaram a linha de frente da "segurança do santo" e mantiveram o povo afastado do seu líder. Conselheiro só via o mundo etéreo de sua fantasias apocalípticas, e só aparecia ao povo para pregar.

O grande erro dos Governos : Estadual e Federal, foi tratar Canudos como "inimigos do Estado", fato este dado a muita importância que o Governo da Bahia (Luís Viana era o Governador) deu a um amontoado de esquálidos sertanejos que estavam formando apenas uma comunidade que provavelmente, hoje, consideraríamos "alternativa".

Sucessão de erros que levaram a guerra e ao massacre.
Outubro de 1896 – Ocorre o episódio que desencadeia a Guerra de Canudos.

Por causa de uma remessa de madeira, vinda de Juazeiro, para a construção da igreja nova, que não foi entregue, apesar de ter sido paga.
Surgem então rumores de que os conselheiristas viriam buscar a madeira à força, o que leva as autoridades de Juazeiro a enviar um pedido de assistência ao governo estadual baiano, que manda um destacamento policial de cem praças, sob comando do Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Após vários dias de espera em Juazeiro, vendo que o rumor era falso, o destacamento policial decide Insuflado pelos Coronéis locais partir em direção à Canudos.
Mas, a tropa é surpreendida durante a madrugada em Uauá pelos seguidores de Antônio Conselheiro, que estavam sob o comando de Pajeú e João Abade. Vinham como quem vinha para reza, ou para a guerra. Foram recebidos a bala pelos sentinelas semi-adormecidos e surpresos. Era a guerra.

A crueza do combate foi inegável, sendo que o uso de armas como "facões de folha-larga, chuços de vaqueiro, ferrões ou guiadas de três metros de comprimentos, foices, varapaus e forquilhas, sob o comando de Quinquim Coiam" utilizados em lutas de corpo a corpo produziam cenas dantescas. Foram entre 4 e 5 horas de pânico, sangue, horror e gestos de bravura e pânico.

E assim a lenda foi criada! E o que podia ser apenas mais uma cidade de pobres criada à margem da sociedade, transformou-se em mais uma vergonha nacional, com o uso do poderio do Exército para rechaçar famélicos sertanejos em sua maioria mulheres e crianças.

A "síndrome de Canudos" é o pensamento nacional que nos leva a crer que um Messias surgirá para resolver nossos problemas políticos e sociais. Que estes problemas não serão resolvidos pela democracia e pela república, mas por algum "Herói" com poderes sobre-naturais, esta sindrome se caracteriza pelo constante discurso de que "nenhum politico presta", "as instituições estão podres", "apenas UM HOMEM( ou mulher) FORTE poderá acabar com a corrupção".
Este Herói pode ser um MILITAR ou MILITARES ( na cabeça dos que pedem a volta dos militares ao poder) ou um CIVIL , que está acima do bem e do mal, uma pessoa com visão messiânica e que apesar de fazer parte da politica a anos se apresenta como algo "novo", diferente de "todos" , pois o que é "santo" não tem defeitos.
Nosso "Conselheiro" está acima do bem e do mal, e com a "ajuda de Deus" derrotará o anti-cristo que domina a politica atual. Nosso "Conselheiro" não permitirá a degradação da família e unirá outra vez Igreja e Governo, pois : “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.

E assim seguimos qualquer "Conselheiro" fabricado pelo Marketing Politico,pois é mais fácil entregar nossos destinos a um "santo líder" do que sermos responsáveis por ele.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

TRAGÉDIA, MORTE, BEATIFICAÇÃO DO FALECIDO E EXPLORAÇÃO ELEITOREIRA


Eduardo Campos morreu, não estou de LUTO. Lamento a morte dele como lamentaria a de qualquer um que consideraria como ser humano, ocorrida em uma tragédia tão marcante.
Mas, foi SÓ Eduardo campos que morreu?
Cinco passageiros e dois pilotos estavam na aeronave no momento da queda em Santos. Ou seja além de Eduardo Campos haviam mais SEIS pessoas, existem seis famílias que choram seus entes queridos que se foram.
O piloto, que segundo depoimentos de testemunhas oculares desvioua queda da aeronave para um local onde evitou mais mortes, não foi comemorado como herói ( muito pelo contrário existem as ideias de culpa-lo antes mesmo da saída de qualquer resultado de pericia)
Eis o nome dos mortos que só estão sendo pranteados por suas famílias:
Alexandre da Silva, fotografo;
Carlos Augusto Leal Filho (Percol), Assessor do Eduardo
Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pilotos;
Pedro Valadares Neto e Marcelo Lira
Meus pêsames a suas famílias!
Existe um ditado que diz que: "Todo mundo depois de morto vira santo"
As pessoas tema tendencia "beatificar" o morto, ainda mais quando ele é famoso. Confunde-se o ser humano com o ídolo, a pessoa pública com a pessoa particular.
Morre um artista famoso e TODO mundo vira automaticamente fã dele,mesmo sem conhecer uma obra do falecido e o mais incompreensível, muitas vezes o cara estava passando dificuldade, fora da mídia e sem ser chamado para fazer show ou quando era o público era mínimo.
Surgem também os do contra, os que catam algo que o famoso fez ou deixou de fazer ou que disse que ofendeu alguém ou algo.( mesmo que tenha sido uma piada).
Mas, voltemos a tragédia da morte de Eduardo Campos e os demais passageiros do avião.
Uma, tragédia que trouxe além dos oportunistas de sempre, um crápula que minutos depois do acidente deu entrevista dizendo ter reconhecido o corpo de Campos e que "abriu os olhos do morto e reconheceu porque são azuis"
Este, protótipo de animal, em busca de 15 minutos de fama, é bombeiro civil ( daqueles que trabalham em shoppings) e é bem provável que tenha aprendido que não se invade um local de acidente aéreo, a menos que tenha sobreviventes, pior ainda tocar nos corpos ( que no caso foram pedaços de corpos) este ser abjeto, mentiu, ele não entrou no local do acidente, mas precisava "aparecer" e para isso a historia tinha que ser "fantástica".
Para piorar descobre-se que este ser ridículo, foi demitido, por tentar fraudar o plano de saúde da empresa, se declarando gay para colocar um amigo ( provavelmente em troca de beneficio financeiros) no plano de saúde - ele deve ter assistido "Eu Vos Declaro Marido e Larry" e teve e "genial ideia".
Agora vamos aos outros oportunistas:
Antes mesmo de velarem o corpo de Eduardo campos, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, não descartou a possibilidade de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, ser a candidata a vice-presidente na chapa que será encabeçada por Marina Silva.
Quer oportunismo maior?
pelo que sei Renata NUNCA foi filiada ou se envolveu na politica, estando sempre no papel de Primeira -dama , esposa e mãe. Jogar este tipo de ideia no ar é querer ganhar votos com a tragédia.
Os Anti- PT ( eu sou um , mas sou moderado), saíram com as teorias conspiratórias de que Dilma seria a única a ganhar com a tragédia e que teria criado uma lei que tornaria acidentes aéreos sigilosos, pelo que li sobre o assunto a Lei foi sancionada em maio e é uma solicitação da Aeronáutica desde 2007 , após os acidentes com os aviõesda Gol e da TAM e pelas noticias que tenho acompanhado a Policia Civil está acompanhando as investigações.
Os fanáticos da Direita ( tão imbecis quanto os de Esquerda ) dirão que estou sendo enganado pela "Imprensa Vermelha" , mas acontece que mesmo publicações de Direita confirmam a informação.
Obvio que uma declaração de que a caixa -preta do avião foi danificada, impedindo a recuperação de dados do acidente torna a coisa meio suspeita. Afinal caixa-pretas são compostas de uma liga ultra-resistente de titânio e aço. Além disso, uma espécie de esponja protege os componentes do calor. Uma caixa-preta pesa cerca de 4,5 quilos e suporta um impacto de mais de 3 mil vezes esse peso. Resiste por uma hora a uma temperatura de 1 100 ºC e por 10 horas a 260 ºC.
Mas, seria Dilma a maior beneficiária da morte de Eduardo?
Não estou criando "teorias conspiratórias" , mas os fatos mostram que a maior beneficiária da tragédia seria Marina, pois apesar da aliança todos conhecem as diferenças ideológicas entre A Rede e o PSB, e que a aliança foi de conveniência, por Marina não conseguir registrar seu partido ( A REDE), como vice, Marina não teria poder para colocar em prática sua politicas e teria que aceitar politicas e alianças das quais não tem simpatia alguma.
Mas, Marina teria poder para conseguir criar um esquema e "sabotar" a caixa-preta? Acho que não. É muita paranoia, mas a internet é terreno fértil para todo tipo de teoria e algumas pessoas tem a mente fraca e se deixam levar por explicações mirabolantes para explicar fatos que desconhecem.
Aécio, teria interesse na morte de Eduardo? Improvável, pois era quase certo uma aliança Aécio / Eduardo no segundo turno, o que não é com Marina, que duvido fará uma aliança com o PT, mas se sairá com o velho chavão : " eu libero meus eleitores para votarem com consciência" , e sabemos que os eleitores de Marina ( pelo menos os mais radicais, votariam no PT, mas não votariam "na direita") e os menos radicais provavelmente, anulariam, se absteriam ou votariam em branco.
Então o provável é que num possível segundo turno Dilma X Aécio , o segundo herdaria parte dos votos do Eduardo Campos.
Voltando aos oportunistas, tivemos o crápula-mor do país, que antes , quando Eduardo campos decidiu deixar sua base aliada o comparou a Collor,( mesmo sendo hoje aliado e "amigo" de Collor) e após a tragédia declarou: "Ao longo de toda sua vida, Eduardo lutou para tornar o Brasil um país mais justo e digno. O carinho, o respeito e a admiração mútua sempre estiveram presentes em nossa convivência. Nesse momento de dor, eu e Marisa nos solidarizamos com sua mãe, Ana Arraes, sua esposa, Renata, seus filhos e toda a sua família, amigos e companheiros. Também prestamos solidariedade às famílias dos integrantes da sua equipe e dos tripulantes que falecerem nesse terrível acidente” - Lula, ex-presidente da República"
Poderia ser mais cínico?
Poderia, e foi, ao enxugar uma lagrima inexistente
Depois, temos o oportunismo do PT, que em seus sites publicou diversas matérias denegrindo Eduardo e AGORA publica textos de "louvores"
Em seguida vem Dilma, buscar seu quinhão politico, se dizendo "tristíssima " e que "Perdemos um grande politico"
Eu não votaria em Eduardo Campos, não simpatizo com o PSB e suas ideias, acreditava que num possível Governo de Eduardo haveria em seus quadros diversos Petista, o que não mudaria muito o cenário politico. e mesmo com tendencia a votar para a vaga do Senado,numa candidata do PSB,mesmo não apoiando sua escolha de apoio para o Governo do estado, comecei a questionar esta escolha por ver que a candidata que eu escolhi ( por sua historia de luta) está começando discursar como uma socialista, chegando ao ponto de atacar um morto que a auxiliou em sua carreira, simplesmente porque a esquerda baiana não consegue se livra do fantasma da competência politica deste morto ( que era um crápula, nunca votei nele, mas tenho que reconhecer que como politico fez muito bem ao estado da Bahia).
Mas, nem por isso vou denegrir agora a imagem do morto, ou canoniza-lo como santo...
@mnzs