sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS 3

Cruz Souza

Nas largas mutações perpétuas do universo
O amor é sempre o vinho enérgico, irritante...
Um lago de luar nervoso e palpitante...
Um sol dentro de tudo altivamente imerso.
Não há para o amor ridículos preâmbulos,
Nem mesmo as convenções as mais superiores;
E vamos pela vida assim como os noctâmbulos
à fresca exalação salúbrica das flores...
E somos uns completos, célebres artistas
Na obra racional do amor -- na heroicidade,
Com essa intrepidez dos sábios transformistas.
Cumprimos uma lei que a seiva nos dirige
E amamos com vigor e com vitalidade,
A cor, os tons, a luz que a natureza exige!...

2 comentários:

  1. "E somos uns completos, célebres artistas..."

    Criamos, fantasiamos, interpretamos e representamos papeis... No fim esquecemos de simplesmente viver o real e aceita-lo com suas cores, sabores...

    Perfeitoo!

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